A arte é linguagem e é também o pensar sobre o mundo. O homem enxerga o mundo e reflete sobre ele, o artista brinca com os signos do real e os reinventa, criando uma nova significação, mas que não nos é estranha, pois fala diretamente aos nossos sentidos.
A arte muda com o tempo, os homens mudam também. É a arte que mundo ou somos nós que mudamos o nosso jeito de ver a arte?
Ás vezes, esperamos das criações artísticas meras reproduções da realidade, mas por que esperar da arte que ela seja somente cópia? A ideia da arte como imitação da realidade prevaleceu nas produções artísticas durante milênios, e ainda perdura, porém, devemos saber, arte não é realidade, a arte é recriação.
A arte é linguagem, é elaboração dos signos, é combinação de consciente e inconsciente, é feita para desarticular a nossa ilusão de que somos capazes de compreender o mundo em sua totalidade. O mundo não pode ser compreendida, somente os nossos pobres cinco sentidos não são suficientes para dar conta da imensidão do mundo, ou da Verdade, se preferirem.
A verdade é um bisão pintado com urucum na rocha de uma caverna? É a mulher de sorriso misterioso do renascentista? É o emaranhado de figuras geométricas do cubista? São os relógios derretidos do surrealista? Não é nada disso e é tudo isso. É verdade, é arte, seu conceito é escorregadio.